Mensagem de Despedida do Pe. Agostinho de Sousa


NA HORA DE PARTIR…

Chegou a hora de partir. Há uma nova missão, novas experiências a viver. Termina a missão de 5 anos na Paróquia de São José do Bairro da Boavista.

Este é um momento particularmente delicado: impõe-se agradecer, mas, ao mesmo tempo, fica o receio de ficar alguém esquecido; e ficará, certamente. Mas, para que esse risco não seja tão grande, começo por agradecer a todos e a todas que fizeram parte desta caminhada de 5 anos.

Sem estar demasiado preocupado em seguir uma ordem lógica nem de começar de cima para baixo ou de baixo para cima, sempre começo por agradecer Àquele que nos faz estar aqui, que aqui nos reuniu, que é a razão de ser de toda a nossa vida: DEUS, naturalmente. E é bom que tenhamos sempre consciência disto, porque isso nos ajudará, certamente, a superar muitas dificuldades e divergências, a perdoar mais e a ser mais tolerantes e compreensivos.

Um olhar rápido por estes 5 anos leva-me a agradecer ao Senhor por me ter concedido a oportunidade de viver esta missão. E foram tantos os que a tornaram possível! Olhando para trás, vemos que muita coisa foi acontecendo na vida da comunidade: temos a igreja renovada, temos o terreno para a concretização do sonho de uma nova igreja e sabemos que o projecto já está em andamento; olhamos, e vemos que temos uma comunidade paroquial que, embora pudesse ser muito maior no número de membros, é uma comunidade viva, dinâmica, criativa, com defeitos e limitações, como todas as comunidades; foi bom termos conseguido manter os campos de férias de encerramento da Catequese e é muito bom que esta tenha visto chegar novas crianças; é bom olhar como vai crescendo o projecto do Agrupamento de Escuteiros, e outros sonhos e projectos que podem ser desenvolvidos, através do Apoio Escolar, do Eco-Bairros, etc. Olhamos e vemos que os pobres têm lugar e voz na nossa comunidade, através do trabalho da Conferência de São Vicente de Paulo, dos que visitam os doentes em suas casas, do trabalho dos Ministros da Comunhão, da ajuda do Banco Alimentar… Obrigado a todos: aos que asseguram o trabalho da Catequese e dos jovens, ao que asseguram os momentos de celebração e de oração, aos que mantêm a igreja limpa e asseada, aos que têm mantido o nosso bar como lugar de convívio e de encontro, aos que asseguram a administração dos bens da comunidade. Obrigado.

Aquilo que temos, fazemos e somos, devemo-lo a muita gente, a muitas Instituições, a muitos amigos. Sempre com o risco de esquecer alguém, agradeço reconhecidamente à Câmara Municipal de Lisboa, à Junta de Freguesia de Benfica e à Gebalis todo o apoio que têm dado a esta comunidade. Foi bom ter trabalhado convosco em ambiente de diálogo aberto e franco. Obrigado!

Obrigado à Santa Casa da Misericórdia, sobretudo através do CAI, por tantos gestos de apoio, de amizade e de carinho.

Obrigado à Casa Pia pelo acolhimento sempre que fomos ao Lar celebrar ou passamos por lá com as nossas crianças a visitar os mais idosos.

Obrigado a todas as Instituições do Bairro, à PSP, pela sua generosidade e disponibilidade, aos clubes, ao Centro Polivalente, sobretudo à presença sempre carinhosa e simpática dos Putos Traquinas nas nossas festas. Obrigado à Escola EB 1 Gonçalo Ribeiro Telles, que sempre nos acolheu e ajudou a divulgar as nossas actividades. Obrigado aos comerciantes, que sempre nos ajudaram nas nossas festas e iniciativas, e à Farmácia, pelos medicamentos, tão importantes nas peregrinações a pé a Fátima ou nos Campos de Férias da Catequese… Obrigado a tantos cantores e artistas que tornaram tão especiais os nossos arraiais… foi bom sentir, em tantas e tantas ocasiões, como a comunidade ia muito para além daqueles que frequentavam regularmente as celebrações na igreja.

Um obrigado aos amigos de longe, que estiveram presentes em momentos importantes da comunidade, sobretudo na fase das obras: o Roberto e sua equipa das obras, as Paróquias que nos ajudaram com donativos ou nos autorizaram peditórios e campanhas para angariação de fundos, o Manel e os seus chocolates, o Mário Nuno, as muitas bolachas, doces, enlatados, louça de plástico…

Foi bom, muito bom, sentir a presença de tantos e tantos amigos, mesmo à distância, sem esquecer a presença assídua da família, com muito esforço.

Neste momento, é bom ter presente a realidade Igreja que somos, que vai para além das fronteiras da Paróquia. Agradeço todo o apoio e paciência da minha comunidade do Seminário de Alfragide, que teve a caridade de aturar as minhas ausências, as minhas faltas à vida comunitária, que sempre supriu as minhas faltas, sobretudo quando trabalhei no Conselho Provincial.

Obrigado à Vigararia, ao sentido de comunhão, bem patente na presença de alguns dos Párocos e amigos (e tantos outros que aqui gostariam de estar…).

Obrigado ao Patriarcado, a começar pelo senhor Patriarca, que sempre nos acompanhou com a sua bênção e preocupação. Obrigado aos bispos auxiliares que nos acompanharam mais de perto: D. José Alves, D. Manuel Clemente, D. Joaquim Mendes. Permiti uma palavra especial, grata e muito sentida, ao senhor D. Tomaz, recentemente falecido. Foi ele quem presidiu à Missa com que começou a minha missão de Pároco; foi ele quem nos ajudou em muitas situações, sobretudo em todo o trabalho que desenvolveu para se desbloquear a questão do terreno… Que o Bom Deus o recompense por tudo e o tenha no eterno descanso.

Não me despeço, que na Igreja não há despedidas, só mudanças de Missão. A partir do próximo Domingo, a comunidade irá acolher o seu novo Pároco, o Pe Constantino Tiago. Que o Bom Deus o abençoe nesta nova Missão e que encontre em toda a comunidade o mesmo acolhimento, carinho e atenção que me foram dispensados, mesmo que eu não o merecesse.

Obrigado ao Joaquim Pinto, pela permanente disponibilidade para divulgar as actividades da comunidade paroquial.

Obrigado a todos (sobretudo aos pequeninos). Até sempre!

Padre José Agostinho de Figueiredo Sousa

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