Dentro de um ano, 50 famílias do Bairro da Boavista vão ter um novo tecto

Dentro de um ano, 50 famílias do Bairro da Boavista vão ter um novo tecto

A Câmara de Lisboa quer investir 24,6 milhões de euros na substituição das casas de alvenaria. Para já só está calendarizada a construção de 96 dos 310 fogos previstos.
Depois de vários anúncios que não passaram disso mesmo e de décadas a viver em casas que nasceram provisórias, os moradores do Bairro da Boavista, em Lisboa, já tinham dúvidas de que a substituição das habitações de alvenaria algum dia se concretizasse. Agora que estão em curso os trabalhos com vista à construção dos primeiros novos fogos, há 50 famílias a contar os dias que faltam para a obra terminar e muitas mais à espera das empreitadas que se seguirão.
Esta quinta-feira, o presidente da Câmara de Lisboa e a vereadora da Habitação e do Desenvolvimento Local visitaram o estaleiro da obra, na Rua Rainha Dona Brites, no interior do qual jazem os escombros de 70 casas de alvenaria. Em seu lugar vão nascer, no prazo de um ano, meia centena de fogos, com “tipologia evolutiva” e preocupações ao nível da eficiência energética e da acessibilidade.  
A acompanhá-los nesta visita esteve a presidente da Associação de Moradores do Bairro da Boavista, que fez questão de lembrar o atraso que o processo de substituição das casas de alvenaria, originais dos anos 70 do século passado, já leva. “Há 25 anos que prometiam. É um quarto de século, ninguém acredita”, disse Gilda Caldeira, que arrancou gargalhadas à comitiva quando disse que ainda não estava “100% acreditada” e que “deitar abaixo é fácil”.
De Fernando Medina, a céptica representante dos residentes do bairro, localizado entre o Parque Florestal de Monsanto e a CRIL, recebeu a garantia de que aos já concluídos trabalhos de demolição se seguirá a muito breve trecho o arranque da construção das novas habitações.
Aos jornalistas, o presidente da câmara sublinhou que com esta empreitada se está “a superar um bloqueio de décadas”. Quando ela estiver concluída, notou o autarca socialista, há 50 famílias que deixarão para trás “habitações sem dignidade, sem condições mínimas para uma vida condigna”, em troca de casas com “o que mais de moderno existe”.
Fernando Medina sublinhou que o projecto que aqui vai ser concretizado é, no que às “soluções de arquitectura” diz respeito, “amigável para as pessoas de mais idade”. Ao contrário do que acontece nas habitações sociais até aqui construídas em Lisboa, os edifícios terão apenas rés-do-chão e primeiro andar, além de que as tipologias dos seus fogos poderão ser alteradas sem que para tal seja necessário realizar obras estruturais.
À lista de mais-valias deste projecto Fernando Medina acrescentou ainda a sua preocupação com a escolha dos “materiais” e com a oferta de “soluções sustentáveis”. De acordo com uma nota da câmara, na qual se adianta que para cada fogo haverá “um talhão cultivável”, tal passa pela “optimização da exposição solar e isolamento térmico” e pelos “sistemas de aquecimento solar de água, aproveitamento de águas da chuva e reutilização de águas cinzentas”.
“A habitação social não é uma habitação de segunda”, concluiu o autarca, assegurando que no Bairro da Boavista vai ser feito “o melhor que a cidade pode proporcionar àqueles que têm necessidade”.
A intenção do município é construir neste bairro da freguesia de Benfica, que completa 75 anos em 2016, um total de 310 fogos, num investimento que ronda os 24,6 milhões de euros. Segundo Fernando Medina, os primeiros 50 estarão prontos dentro de um ano. Seguir-se-á a empreitada de construção de outros 46, “a iniciar daqui a alguns meses” e com conclusão estimada para o início de 2018.
Quanto às restantes 214 habitações, o presidente da câmara recusou comprometer-se com datas, dizendo apenas que estava “a tentar acelerar” o seu calendário de execução.
De uma coisa Fernando Medina não tem dúvidas: juntando as novas habitações que vão ser construídas no Bairro da Boavista com aquelas que estão projectadas para o Bairro Padre Cruz (no qual arrancou já a construção de 20 fogos, também para substituir casas de alvenaria) a câmara pôs em marcha aquele que “é, de longe, o maior investimento em construção nova de habitação social das últimas décadas”. "Temos feito muitas intervenções que são faladas - na frente ribeirinha, no Eixo Central - mas estas intervenções, para nós, nunca ficaram para trás", sustentou.

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