Pensar a reabilitação de fachadas caso a caso

Pensar a reabilitação de fachadas caso a caso
Marisa Vitorino Figueiredo
Diz-me que fachada és, dir-te-ei qual a melhor solução de reabilitação. Este poderia ser o mote do workshop SECIL que, terça-feira, encerrou mais um dia da Semana da Reabilitação Urbana. Ao longo das apresentações de três casos distintos – eficiência térmica em habitação social, reabilitação de fachadas históricas e reabilitação de um teatro – ficou patente que são as condições do edificado e as necessidades de cada projecto que ditam a solução de reabilitação a adoptar.

“Não vale a pena ter soluções-tipo”, confirmou, exactamente, Luís Brás, da Gebalis, entidade municipal de Lisboa responsável pela gestão dos bairros municipais. Numa intervenção dedicada à reabilitação dos bairros da Boavista e do Condado, com vista ao isolamento térmico das paredes envolventes e a “garantir níveis de conforto” aos moradores, o responsável frisou que as diferenças entre cada uma das arquitecturas e estado actual dos edifícios levaram a opções distintas.

No caso do bairro do Condado, por exemplo, a escassa área plana das fachadas, em função dos recortes existentes, condicionaram as opções de reabilitação. Perante a dificuldade acrescida de utilizar o sistema de isolamento térmico ETICS em placa, o projecto acomodou uma solução de argamassas térmicas “com base na trabalhabilidade do material, adaptação à arquitectura e moldagem in situ”.

Já no bairro da Boavista, a obra procurou resolver a fissura generalizada existente do reboco, melhorando também as condições térmicas do edificado. Nesta intervenção, uma vez que existiam áreas largas áreas planas nas fachadas, a solução residiu mesmo em placas ETICS. A sustentabilidade da solução, até porque a intervenção foi feita no âmbito do programa Eco-Bairros, foi um factor crucial à tomada de decisão.

Importância crescente da reabilitação

Com uma “dinâmica superior à da construção nova, aproximando-se dos dois dígitos”, as oportunidades na reabilitação foram sublinhadas pela SECIL, através da intervenção de Sérgio Alves Martins, da comissão executiva da empresa. O responsável, que iniciou a sessão, referiu “cada vez mais oportunidades” no sector, numa tendência que permite à reabilitação nacional estar mais próxima da média europeia.

A par dos exemplos de reabilitação térmica nas fachadas dos bairros sociais de Lisboa, foram também apresentados outros casos práticos de reabilitação na cidade: o Teatro Thalia, na zona das Laranjeiras, e dois edifícios com fachadas antigas na Baixa Pombalina e Avenida da República. No caso do teatro, optou-se por “uma ‘pele’ de betão que envolve toda a ruína” da estrutura inicial. Já para os restantes dois edifícios, a reabilitação da fachada foi feita com argamassas de cal hidráulica natural, de forma a preservar as características históricas dos edifícios. 

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